Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de outubro, 2020

Partido Republicano - ser ou não ser?

Eco e Narciso (1903) - John William Waterhouse Eco e Narciso Na mitologia grega, Eco era uma linda ninfa que gostava de caçar e de passear pelos bosques. Eco era também conversadora e fazia questão ter sempre a última palavra. Um dia, a deusa Hera suspeitou que o seu marido Zeus se andava a divertir com as ninfas e foi à sua procura no Monte Olimpo. Pelo caminho, Hera encontrou Eco que a tentou distrair com a sua conversa. Quando percebeu que Eco estava a tentar proteger Zeus com o seu discurso, Hera ficou furiosa e condenou-a ao silêncio, não lhe deixando começar mais nenhuma conversa e permitindo-lhe apenas repetir as últimas palavras que terceiros eventualmente lhe dirigissem. Eco sofria pelo discurso que perdera, mas um dia viu um rapaz chamado Narciso a caçar e imediatamente ficou encantada com a sua beleza. Queria falar-lhe, mas não conseguia. Cansado, Narciso aproximou-se dum lago para beber água e recuperar forças mas, olhando o seu reflexo, gostou tanto de se ver que ficou ali

Tertúlia 26/09/2020 - Cidadania e Desenvolvimento

Artigos de síntese - visam expor os assuntos e temas abordados nos debates presenciais, descrevendo os pontos de vista e argumentos expostos e trocados, e conclusões alcançadas.   No passado dia 26/09/2020 decorreu uma Tertúlia Ingovernável por vídeo-conferência, onde o tema central foi a disciplina de Cidadania e Desenvolvimento. A Reunião iniciou-se com a abordagem de alguns pontos relativos à organização do projecto e aos seus moldes de funcionamento. De seguida, passou-se para o tema da reunião, a disciplina de Cidadania e Desenvolvimento (C&D). O tema foi apresentado pelo moderador designado. A apresentação versou sobre a criação e conteúdo programático da disciplina, enquadrando posteriormente o caso que trouxe a discussão para a esfera mediática, tanto do ponto de vista escolar como legal e político. Os trabalhos foram conduzidos pelo moderador, fazendo perguntas muito relevantes a cada um dos presentes sobre o tema.  Foi discutido o Programa de C&D, enquanto questão téc

Da cultura do medo ao desleixo à imbecilidade

(texto publicado originalmente a 14/10/2020,  aqui ) O que se passou hoje no nosso País é uma pouca-vergonha . Pois temos um Governo que achou que o ideal era no início tratar-nos a todos como criancinhas, impondo um confinamento extremo através de um estado de emergência. Convenceu-nos que tínhamos de ter medo dos nossos pais, filhos, avós, irmãos, amigos. Que sair à rua era quase tão perigoso como se estivéssemos em Chernobyl (era só para fazer exercício ou compras de bens essenciais, lembram-se?) - a não ser, claro, que fôssemos profissionais de saúde, por escassas semanas glorificados para logo depois voltarem a ser arrastados pela lama. Depois, foi a conversa do "milagre português" (seria até de imaginar que o São Cristiano estivesse envolvido, não fosse o agora recente diagnóstico...) e, com ela, o "tudo é permitido". Mas, pior do que a mensagem que passou para a população geral, foi o desmantelamento da resposta COVID-19 no SNS, obrigando a tarefas impossívei

Um mundo sem misericórdia

A propósito de Heinrich  Böll e o processo da lei da eutanásia em Espanha por Alejandro Navas, Professor de Sociologia da Universidad de Navarra (Nota do tradutor: o processo da lei da eutanásia em Espanha acompanha no tempo e na forma o processo da lei da eutanásia em Portugal. A argumentação de Alejandro Navas é muito pertinente e aplica-se perfeitamente ao nosso caso.) Voltamos a debater a eutanásia, no seguimento da tramitação do correspondente projecto de lei por parte do Governo Espanhol. Os argumentos são conhecidos. Voltou-se a sublinhar que essa práctica contradiz o ethos médico, tal como se formula desde Hipócrates: antes de tudo, não fazer dano. Consequentemente, curar, aliviar e consolar. Há razões de ciência e consciência para nos opormos à pretensão de converter o médico em carniceiro. Se nunca esta praxis se justificou, o recente desenvolvimento da medicina paliativa torna-a ainda mais rejeitável: a suposta “procura social” que invoca o Governo para justificar a le

Editorial

“ Há nos confins da Ibéria um povo que não se governa nem se deixa governar. ”  ~ Júlio César Este grupo nasceu em Maio de 2020, perante um espaço mediático sufocado por extremismos populistas variados, que se arrogam a única verdade e interpretação possível da realidade, e que crescentemente demonstram ser incapazes de alcançar compromissos, base e essência de qualquer democracia. 10 membros fundadores, com origens políticas e profissionais diversas, juntaram-se para criar um espaço de saudável debate de ideias e troca de opiniões. A elevação e a aceitação do outro são ferramentas de construção de pontes, visando um enriquecimento mútuo e permitindo mostrar à sociedade um caminho alternativo ao dos extremos, um caminho feito de reflexão, civilidade, convergência e tolerância. Acreditamos que o debate e o encontro de sensibilidades diferentes nos enriquece e é o melhor caminho para continuar a desenvolver a cultura democrática em Portugal e, por esta via, darmos o nosso contributo para