
O que se passou hoje no nosso País é uma pouca-vergonha. Pois temos um Governo que achou que o ideal era no início tratar-nos a todos como criancinhas, impondo um confinamento extremo através de um estado de emergência. Convenceu-nos que tínhamos de ter medo dos nossos pais, filhos, avós, irmãos, amigos. Que sair à rua era quase tão perigoso como se estivéssemos em Chernobyl (era só para fazer exercício ou compras de bens essenciais, lembram-se?) - a não ser, claro, que fôssemos profissionais de saúde, por escassas semanas glorificados para logo depois voltarem a ser arrastados pela lama.
Em Outubro, chegamos ao culminar deste ano non sense: afinal nada estava bem outra vez, o medo é para voltar, porque "nunca tivemos números tão maus" (já cá voltamos...) e agora tudo para casa outra vez. E, já agora, toca a acatar com medidas profundamente autoritárias (porque impõem aos cidadãos comportamentos aberrantes e que os privam da sua liberdade e direito à privacidade) e discriminatórias (porque são medidas a pensar numa classe média-alta que quase não existe)... Quem pode, com uma pensão de miséria, ou um salário mínimo a dividir por 4 ou 5 bocas, pagar máscaras suficientes de modo a poder renová-las a intervalos regulares? Ou desconhecem suas sumidades que uma máscara húmida, transpirada, potencia tanto ou mais a propagação do vírus do que não a usar? Ou que o constante levar a mão à máscara só aproxima os gérmenes da via respiratória?
- hoje [14 de Outubro], tivemos 2072 positivos (o que não é o mesmo que 2072 casos de doença - na verdade, há muito que a DGS deixou de reportar o número de indivíduos com sintomas; o que, aliado a uma política de "testar, testar, testar!" nos traz até ao dia de hoje. Querem ver?
- no mesmo dia 29, tínhamos 902 casos positivos, menos de metade dos que temos hoje;
- no mesmo dia 29, tínhamos 486 internados, menos de metade do que os 957 que temos hoje
- nesse dia, foram processadas 5032 amostras, SEIS vezes menos do que as 30170 processadas reportadas no dia de hoje [14/10].
Ou seja, temos mais positivos, sim, mas menos doentes proporcionalmente aos que testamos, e doentes menos graves.
A COVID-19 é real? Claro que sim; mas, graças a Deus, não havemos de morrer todos dela...
E, ainda que a queiramos abrandar, as escolhas têm de ser criteriosas e baseadas na evidência científica e na salvaguarda dos direitos fundamentais dos cidadãos.
Porque é que 6 pessoas numa esplanada ao ar livre não podem conviver, mas 12 podem estar dentro da mesma casa fechada?
A AR tem uma opção clara a tomar: ou embarca na onda de “nacional-panicação” a que o Governo a quer submeter ou se preocupa com os cidadãos para além de um conjunto de números mal pesados e mal avaliados.
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