Não é segredo para ninguém que vivemos no tempo da comunicação instantânea. Nunca antes na História foi possível disseminar informação – seja escrita, áudio, vídeo, ou uma mistura de todas – em tempo real por quase todo o mundo. Em minha opinião, isso ajuda-nos a viver num meio distorcido, onde o detalhe que é ampliado toma a vez do todo. Damos atenção ao mais ínfimo pormenor de assuntos pouco relevantes, somos especialistas em pequenos nadas que nos moldam a tomada de decisão, descurando o rumo geral da sociedade. Será, em parte, esta a lógica por detrás do vociferar estridente de cada vez mais subdivididas categorias minoritárias. Amplificam as suas questões, pretendendo elevá-las a emergências gerais, comuns a todos. Quando caímos em nós vemos uma sociedade focada em detalhes como se fossem, de facto, as grandes questões do nosso tempo. Isto acontece também com o forçar de questões controversas, normalmente por um limitado número de intelectuais que se têm por iluminados e com bom a...
“Há nos confins da Ibéria um povo que não se governa nem se deixa governar.”